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HPV e Outras ISTs

Infecção Pelo HPV

O HPV (sigla em inglês para papilomavírus humano) é um vírus que infecta epitélios escamosos e pode induzir uma grande variedade de lesões cutaneomucosas. Atualmente, são identificados mais de 200 tipos de HPV, sendo que, desses, aproximadamente 40 tipos acometem o trato genital.

Na maioria das pessoas, a infecção pelo HPV não produz qualquer manifestação. Quando manifesta, geralmente a queixa é de lesões que tendem a apresentar um aspecto papilar (de verruga). As lesões ocorrem mais frequentemente no prepúcio, na glande, na pele do corpo do pênis e/ou da bolsa escrotal.

O HPV possui alta prevalência na população sexualmente ativa (50-80%), pois uma vez adquirido o vírus, o mesmo passa a habitar na sua forma latente as células da pele e as células nervosas. Os tratamentos disponíveis visam apenas ao controle das lesões, uma vez que não existe métodos para erradicar o vírus do organismo.

Vacina contra o hpv: em quem está indicado?

A imunização para HPV é realizada por meio de vacina quadrivalente (tipos 6, 11, 16 e 18), estando indicada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. O esquema é composto de duas doses, com intervalo de seis meses.

Para PVHIV, pessoas transplantadas de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos, a faixa etária indicada para imunização é de 9 a 26 anos, sendo o esquema de vacinação composto por três doses (0, 2 e 6 meses) (BRASIL, 2017h). Para mais informações, consultar o “Informe técnico da ampliação da oferta das vacinas papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante)” (BRASIL, 2018) e a página do Ministério da Saúde.

Uretrites

As uretrites são caracterizadas por inflamação e corrimento uretral. Os agentes microbianos das uretrites podem ser transmitidos por relação sexual vaginal, anal e oral. O corrimento uretral costuma ter aspecto que varia de mucoide a purulento, com volume variável, estando associado a dor uretral (independentemente da micção), disúria, estrangúria (micção lenta e dolorosa), prurido uretral e eritema de meato uretral.

Entre os fatores associados às uretrites, foram encontrados: idade jovem, baixo nível socioeconômico, múltiplas parcerias ou nova parceria sexual, histórico de IST e uso irregular de preservativos.

A gonorreia é resultado de um processo infeccioso e inflamatório da mucosa uretral, causado pela Neisseria gonorrheae. O quadro clínico mais comum é constituído por corrimento em mais de 80% e de disúria em mais de 50%. As principais complicações são orquiepididimite (infecção dos testículos e epidídimos), prostatite e estenose (estreitamento) da uretra.

A uretrite não-gonocócica é mais comumente causada pela clamídia. O quadro clínico caracteriza-se, habitualmente, pela presença de corrimentos mucoides, discretos, com disúria leve e intermitente.

Úlceras Genitais

Embora a úlcera (ferimento) genital esteja frequentemente associada às IST na população sexualmente ativa, em particular nos adolescentes e adultos jovens, a queixa de úlcera genital não é exclusividade das IST e pode estar associada a infecções inespecíficas por fungos, vírus ou bactérias. Além disso, nos casos em que a lesão possui período de evolução de mais de 4 semanas, o diagnóstico de câncer de pênis precisa ser descartado (principalmente nos pacientes acima dos 50 anos).

A presença de úlcera genital está associada a um elevado risco de transmissão e aquisição do HIV e tem sido descrita como a principal causa para a difusão desse vírus nas populações de maior vulnerabilidade; portanto, o diagnóstico e tratamento imediato dessas lesões constitui uma medida de prevenção e controle da epidemia de HIV.

As principais doenças que causa a síndrome da úlcera genital são a sífilis, o herpes genital, o cancro mole e o linfogranuloma venéreo. O diagnóstico correto depende da história clínica detalhada e do exame físico da região genital e inguinal realizada pelo seu médico.